“Bem escrito, fluente como um romance policial (...), LAÇOS é, simultaneamente, um compassivo drama familiar e uma ansiosa comédia de erros amarrados por laços concretos e metafóricos.”
Sérgio Augusto, O Estado de S. Paulo
Trecho do livro
Em certa ocasião eu estava para ir embora, era um fim de tarde de um dia muito quente. Ela correu para a porta e a trancou à chave. Chamou Sandro e Anna e disse: papai se sente numa cadeia, então vamos brincar de fazê-lo prisioneiro de verdade. As crianças fingiram se divertir, eu fingi me divertir, ela, não, e dizia em voz baixa: ah, ah, agora não sai mais daqui. Depois atirou em mim o molho de chaves e se trancou no banheiro. Não ousei ir embora, mandei Sandro chamá-la. Reapareceu, disse: só estava brincando. Mas não brincava de modo nenhum. Estava cansada, não dormia mais, tentava achar um meio de me fazer raciocinar. [leia mais]