Cartas a uma negra
Françoise Ega
Gênero: PROSA EPISTOLAR / 272 páginas
Ensino Médio / CÓDIGO 0550L21613
TEMAS: Cidadania / diálogos com a sociologia e a antropologia
Concebido como um conjunto de cartas, datadas entre 1962 e 1964, esta obra expõe a situação das trabalhadoras antilhanas na França, mulheres negras e humildes. Tudo é relatado de forma pungente, tendo como “leitora ideal” Carolina Maria de Jesus, que, ao longo de sua trajetória, teve experiências semelhantes.
O livro
Antilhana, Françoise Ega trabalhava em casas de família em Marselha, na França. Um de seus pequenos prazeres era ler a revista Paris Match, na qual se deparou com um texto sobre Carolina Maria de Jesus e seu Quarto De Despejo. Identificou-se prontamente. E passou a escrever “cartas” — jamais entregues — à autora brasileira. Cartas a uma negra, publicado postumamente, é um dos documentos literários mais significativos e tocantes sobre a exploração feminina e o racismo no século 20.
A autora
Françoise Ega nasceu na Martinica, em 1920. A partir de 1950, passa a viver em Marselha, onde trabalha como doméstica e onde passa a se envolver com causas sociais voltadas à defesa das mulheres antilhanas imigrantes e dos trabalhadores caribenhos, e à alfabetização de jovens e adultos. Ativista empenhada, criou ainda o Espaço Cultural Busserine, ativo até hoje em Marselha. Suas três obras literárias foram escritas na década de 1960, mas só a primeira, Le Temps de Madras, de 1966, foi publicada em vida. Françoise Ega morreu cedo, aos 55 anos, em Marselha, tendo documentado, como poucos, o dia a dia das imigrantes antilhanas em meio às camadas sociais da França de seu tempo.