“O notável autodomínio com que o poeta percorre as zonas da tradição alto-poética do visionarismo é bem revelador do ‘monstro’ de técnica poética que é Daniel Jonas, provavelmente o caso mais impressionante de domínio de formas e metros da poesia”
Osvaldo Manuel Silvestre
Trecho do livro
O VENTO / Porque não há nada em vez de tudo? — perguntou / o cientista. — Tudo me cansa: / a tentativa, o esforço, o consegui-lo. / Tudo é redondamente inútil: / o desejo, o seu decesso. / O confronto de ideias então / apavora-me. Até mesmo a ideia de
começar a falar, / a indústria de se ganhar algo, o movimento / são desgastantes antes de si. / Tudo é absolutamente a mesma coisa. / Nada conquista nada. / O vento é.