O tempo adiado e outros poemas,

Ingeborg Bachmann

A antologia de uma das maiores vozes da língua alemã no século XX

O livro

A austríaca Ingeborg Bachmann teria assistido às tropas nazistas marcharem pela sua cidade quando tinha apenas onze anos. A vulgaridade da linguagem do Reich e a desolação causada pela guerra marcaram sua produção. Neste volume com poemas selecionados e traduzidos por Claudia Cavalcanti (que também assina o posfácio), a obra da autora ressurge com toda sua força. Os poemas assombram pelas imagens inusitadas e por uma dicção que, embora pareça por vezes complexa, busca a pureza na representação tanto do mundo exterior quanto de aspectos da interioridade do ser humano. Bachmann parecia saber que a linguagem pode ser capaz de construir mundos. E também de aniquilá-los.

Por que publicamos

Pela primeira vez no Brasil, a antologia de Ingeborg Bachmann, em poemas selecionados e traduzidos por Claudia Cavalcanti.

A autora

Ingeborg Bachmann nasceu na Áustria, em 1926, e morreu na Itália, em 1973. Publicou seu primeiro livro de poemas em 1953 e recebeu, em 1964, o Prêmio Georg Büchner como reconhecimento pela sua obra.

trecho

Trecho do livro

O tempo adiado Vêm aí dias piores. O tempo adiado até nova ordem surge no horizonte. Em breve deves amarrar os sapatos e espantar os cães para os charcos. Pois as vísceras dos peixes esfriaram no vento. A luz da anileira arde pobremente. Teu olhar pressente a penumbra: o tempo adiado até nova ordem desponta no horizonte. Do outro lado afunda tua amada na areia, ele sobe-lhe pelo cabelo esvoaçante, ele corta-lhe a palavra, ele ordena-lhe silêncio, ele encontra-a mortal e pronta para a despedida depois de cada abraço. Não olha para trás. Amarra teus sapatos. Espanta os cães. Joga os peixes ao mar. Anula a [leia mais]

GÊNERO Ficção estrangeira
TRADUÇÃO Claudia Cavalcanti
CAPA Violaine Cadinot
FORMATO 13,5 × 20,8 × 1,3 cm
PÁGINAS 208 PESO 0,275 kg
ISBN 978-65-80309-85-6
ANO DE LANÇAMENTO 2020

O que estão falando sobre o livro

“A visão de Bachmann é tão original que é como se tivéssemos agora uma nova letra no alfabeto.”
The Guardian

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