“Kalaf Epalanga e o Buraka Som Sistema eram exatamente como eu, filhos de refugiados ou imigrantes. Criamos uma cena e um meio de vida que pôs no mesmo nível o produtor pop ocidental e a moçada da periferia, dando uma nova cara aos guetos do Terceiro Mundo”
M.I.A
Trecho do livro
Jean-Claude Van Damme foi a epifania. Numa das cenas do filme Kickboxer, um dos filme de porrada que mais debate gerou na Benguela da minha meninice, tornando-se um dos favoritos da minha geração, o ator belga, o próprio rei da espargata, dança embriagado ao som do tema “Feeling So Good Today”, de Beau Williams, acompanhado por duas tailandesas.
A icónica cena de Van Damme a dançar de forma desengonçada e sem ginga, movendo o corpo sem mexer o quadril, que parecia preso — ou duro —, acendeu uma luz qualquer em Tony Amado, nosso Joseph Smith Jr., que, usando o molde rítmico dessa coisa eletrónica a que chamávamos batida, saltou ins [leia mais]