Trecho do livro
Samuel Finley Breese Morse passou os primeiros vinte e cinco anos da vida aprendendo a pintar.
Em Andover. Em Yale. Em Londres, na Real Academia. Ele estudou as obras dos mestres para aprender como Michelangelo construía corpos que pareciam pulsar e estremecer apenas com óleo, sombras e hachuras. Para aprender como Rafael invocava a fagulha de toda uma vida interior com um único toque de tinta branca pura no ocre opaco dos olhos de uma mulher da nobreza. Para aprender a criar ilusões de espaço e de distância. Para aprender a presentificar o inefável através da mera fusão de linhas e pontos sobre a tela esticada.
Ele aprendeu a pin
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Samuel Finley Breese Morse passou os primeiros vinte e cinco anos da vida aprendendo a pintar.
Em Andover. Em Yale. Em Londres, na Real Academia. Ele estudou as obras dos mestres para aprender como Michelangelo construía corpos que pareciam pulsar e estremecer apenas com óleo, sombras e hachuras. Para aprender como Rafael invocava a fagulha de toda uma vida interior com um único toque de tinta branca pura no ocre opaco dos olhos de uma mulher da nobreza. Para aprender a criar ilusões de espaço e de distância. Para aprender a presentificar o inefável através da mera fusão de linhas e pontos sobre a tela esticada.
Ele aprendeu a pintar.
E em 1825 Morse está morando em New Haven, Connecticut, com sua esposa, Lucretia, e dois filhos pequenos. E um terceiro filho a caminho. Podia nascer a qualquer momento.
Um dia, à noite, um mensageiro entregou uma carta: a prefeitura de Nova York queria pagar mil dólares para Morse pintar um retrato do marquês de Lafayette.
O herói da Revolução viria a Washington para comemorar os cinquenta anos do início da Guerra. E posaria para Morse.
Se o pintor pudesse se pôr imediatamente a caminho.