Trecho do livro
Há uma velha ideia, defendida por autores consagrados como Platão, Aristóteles e Montesquieu, segundo a qual um sistema político ou econômico se sustenta ao manter uma relação harmoniosa com os comportamentos e os valores prevalecentes em uma determinada sociedade. Trata-se de algo certamente verdadeiro no capitalismo atual. O capitalismo tem sido notavelmente bem-sucedido em incutir nas pessoas os seus objetivos como sistema, induzindo-as ou persuadindo-as a adotarem suas metas e construindo, assim, uma convergência extraordinária entre o que o capitalismo necessita para sua expansão, de um lado, e as ideias, os anseios e os valore
[leia mais]
Há uma velha ideia, defendida por autores consagrados como Platão, Aristóteles e Montesquieu, segundo a qual um sistema político ou econômico se sustenta ao manter uma relação harmoniosa com os comportamentos e os valores prevalecentes em uma determinada sociedade. Trata-se de algo certamente verdadeiro no capitalismo atual. O capitalismo tem sido notavelmente bem-sucedido em incutir nas pessoas os seus objetivos como sistema, induzindo-as ou persuadindo-as a adotarem suas metas e construindo, assim, uma convergência extraordinária entre o que o capitalismo necessita para sua expansão, de um lado, e as ideias, os anseios e os valores das pessoas, do outro. O capitalismo foi muito mais bem-sucedido do que seus rivais ao criar a condição necessária, segundo o filósofo político John Rawls, para a estabilidade de qualquer sistema, a saber: que em suas ações cotidianas os indivíduos expressem — e assim reforcem — os principais valores nos quais se baseia o sistema social.
O domínio do capitalismo no mundo todo se dá, porém, com dois tipos diferentes de capitalismo: o capitalismo meritocrático liberal, que se desenvolveu progressivamente no Ocidente ao longo dos últimos duzentos anos (tema do capítulo 2), e o capitalismo político ou autoritário liderado pelo Estado, cujo exemplo maior é a China, mas que existe também em outras partes da Ásia (Singapura, Vietnã, Burma) e em regiões da Europa e da África (Rússia e países do Cáucaso, Ásia Central, Etiópia, Argélia, Ruanda), tema do capítulo 3.
Há uma velha ideia, defendida por autores consagrados como Platão, Aristóteles e Montesquieu, segundo a qual um sistema político ou econômico se sustenta ao manter uma relação harmoniosa com os comportamentos e os valores prevalecentes em uma determinada sociedade. Trata-se de algo certamente verdadeiro no capitalismo atual. O capitalismo tem sido notavelmente bem-sucedido em incutir nas pessoas os seus objetivos como sistema, induzindo-as ou persuadindo-as a adotarem suas metas e construindo, assim, uma convergência extraordinária entre o que o capitalismo necessita para sua expansão, de um lado, e as ideias, os anseios e os valores das pessoas, do outro. O capitalismo foi muito mais bem-sucedido do que seus rivais ao criar a condição necessária, segundo o filósofo político John Rawls, para a estabilidade de qualquer sistema, a saber: que em suas ações cotidianas os indivíduos expressem — e assim reforcem — os principais valores nos quais se baseia o sistema social.
O domínio do capitalismo no mundo todo se dá, porém, com dois tipos diferentes de capitalismo: o capitalismo meritocrático liberal, que se desenvolveu progressivamente no Ocidente ao longo dos últimos duzentos anos (tema do capítulo 2), e o capitalismo político ou autoritário liderado pelo Estado, cujo exemplo maior é a China, mas que existe também em outras partes da Ásia (Singapura, Vietnã, Burma) e em regiões da Europa e da África (Rússia e países do Cáucaso, Ásia Central, Etiópia, Argélia, Ruanda), tema do capítulo 3.