Trecho do livro
Escrevi este livro porque essa história nunca foi contada como merece, pelo menos fora de alguns circuitos isolados de Nova York. A evolução da literatura norte-americana é comumente contada com base nos seus romancistas homens: os Hemingways, os Fitzgeralds, os Roths, os Bellows e os Salingers. Há certa sensação, de acordo com essa versão da história, de que pouca coisa feita por mulheres nessas diferentes épocas merece ser de fato lembrada. Até mesmo em retrospectivas mais acadêmicas, em “histórias intelectuais”, em geral assume-se que o cenário foi sempre dominado pelos homens. Os autodenominados intelectuais de Nova York de mead
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Escrevi este livro porque essa história nunca foi contada como merece, pelo menos fora de alguns circuitos isolados de Nova York. A evolução da literatura norte-americana é comumente contada com base nos seus romancistas homens: os Hemingways, os Fitzgeralds, os Roths, os Bellows e os Salingers. Há certa sensação, de acordo com essa versão da história, de que pouca coisa feita por mulheres nessas diferentes épocas merece ser de fato lembrada. Até mesmo em retrospectivas mais acadêmicas, em “histórias intelectuais”, em geral assume-se que o cenário foi sempre dominado pelos homens. Os autodenominados intelectuais de Nova York de meados do século XX são com frequência identificados como um time masculino. Mas minhas pesquisas mostram algo diferente. Os homens podem ter sido superiores às mulheres numérica e demograficamente. Mas na questão mais essencial, isto é, a de produzir uma obra que mereça ser lembrada, uma obra que defina os termos do próprio cenário, elas estão em absoluto pé de igualdade com eles — e, muitas vezes, acima deles.