Uma mochila, um abajur e um filho adolescente

Por Luli Penna

Faz tempo que a ilustradora Luli Penna começou a escrever e desenhar seu primeiro livro. Aqui ela conta como foi.

Comecei com o filho pequeno e ele já é adolescente. Eu fazia um esboção do que ia acontecer nas páginas e em cima disso fazia o desenho, não gostava, recortava, mudava as coisas de lugar… tem pouquíssimas páginas que terminaram como foram pensadas no esboço inicial. Levei 8 anos pra fazer, mudei muito o roteiro, as cenas, os personagens, o traço dos personagens… tive que refazer tudo. Isso leva a crer que o livro é complicado, mas não é. É um roteiro muito simples. 

O livro foi feito nas beiradas da vida de uma mulher que tá trabalhando, cuidando do filho, se apaixonando, tentando fazer a vida dar certo. Gostava muito de ficar vendo fotos antigas de São Paulo, lendo jornais, revistas e anúncios da época. Muitos deles reproduzo no livro.

Não teve nenhuma rotina durante esse tempo, o que teve foi uma pessoa com uma mochila nas costas onde colocava os originais, o potinho de nanquim, os pincéis e um abajur. Levava pra cima e pra baixo, tentando arrumar uma horinha na vida pra sentar e fazer mais um quadradinho. A hora mais difícil é decidir o que será cada quadradinho, e a hora mais deliciosa é ir com o pincel. Aí toda a história vira só um suporte pra você desenhar aquele listradinho que vai ficar muito bonito na calçada. Daí é alegria máxima!



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