O quarto branco,

Gabriela Aguerre

Uma meditação vigorosa sobre memória e descendência

O livro

Gloria, uruguaia criada no Brasil, vê ruir todas as certezas de sua vida após sofrer um aborto espontâneo e descobrir que não pode mais engravidar. Demitida e com o pai hospitalizado, ela retorna ao Uruguai em busca de respostas e de um pouco de paz. Lá, outros fantasmas estão à sua espera: a irmã gêmea que morreu com poucas semanas de vida mas cuja presença ainda a assombra, e os ecos de um regime autoritário e violento que obrigou muitos a buscar o exílio. Tudo isso é narrado com mão leve. Algumas passagens formam uma deliciosa crônica da saudade montevideana, outras fazem um inventário devastador do remorso e do declínio biológico. Um claro-escuro tão veraz quanto poético.

Por que publicamos

A estreia de uma romancista que enfrenta com energia alguns dos temas mais difíceis para mulheres e homens.

A autora

Gabriela Aguerre nasceu em Montevidéu, no Uruguai, em 1974, e veio para o Brasil ainda na infância. Jornalista, foi diretora de redação da revista Viagem e Turismo, trabalhou na Superinteressante e em outras publicações.

trecho

Trecho do livro

"Existe uma contração muito particular nos músculos da face que antecede o primeiro segundo do choro. Eles se tensionam em alerta, como se estivessem terminando de embrulhar um pacote a ser aberto sem comemorações. Meus olhos piscam secos uma última vez, querendo se fechar para sempre em repouso, cada cílio penteando a pele fina, a pulsação acelerada sob a pálpebra, as imagens internas se misturando: o que era, o que era, o que será. A ponta do meu queixo treme como nunca; os cantos da boca murcham, o lábio inferior despenca e a mandíbula se lança ao vazio, tentando uma palavra, uma frase, que não consegue ser dita nem pensada. Da g [leia mais]

GÊNERO Ficção brasileira
CAPA Ciça Pinheiro
FORMATO 14x21x1,1 cm
PÁGINAS 120 PESO 0,175 kg
ISBN 978-85-88808-55-3
ANO DE LANÇAMENTO 2019

O que estão falando sobre o livro

“Com lirismo e sensibilidade, Gabriela Aguerre mergulha na intimidade de uma mulher, talvez na própria intimidade, e dali resgata uma história a um só tempo pessoal e política, particular e social.”
Julián Fuks

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