Trecho do livro
O fato é que em todas as épocas houve mulheres fazendo coisas memoráveis: dirigindo impérios, criando tábuas de cálculo, descobrindo os segredos do universo, escrevendo a primeira literatura de autor que já se escreveu, liderando exércitos. Contamos com cientistas, filósofas, músicas, guerreiras, pintoras, escultoras, exploradoras… Não há um único campo social, artístico ou do conhecimento em que não tenhamos nos destacado. “São tantas, mas tantas, que ao trazê-las à luz, a história tal como a conhecemos se desfaz”, diz Ana López-Navajas. E ela deve saber disso melhor que ninguém, pois Ana é uma brilhante pesquisadora da Universidad
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O fato é que em todas as épocas houve mulheres fazendo coisas memoráveis: dirigindo impérios, criando tábuas de cálculo, descobrindo os segredos do universo, escrevendo a primeira literatura de autor que já se escreveu, liderando exércitos. Contamos com cientistas, filósofas, músicas, guerreiras, pintoras, escultoras, exploradoras… Não há um único campo social, artístico ou do conhecimento em que não tenhamos nos destacado. “São tantas, mas tantas, que ao trazê-las à luz, a história tal como a conhecemos se desfaz”, diz Ana López-Navajas. E ela deve saber disso melhor que ninguém, pois Ana é uma brilhante pesquisadora da Universidade de Valência que publicou em 2014 um estudo no qual demonstrou a ausência de referentes femininos nos conteúdos da ESO (Educação Secundária Obrigatória): os livros de texto espanhóis citam apenas 7,6% de mulheres. Ou seja, aprendemos uma cultura e uma ciência só de homens, uma versão da realidade tendenciosamente masculina. Por isso, Ana López-Navajas prepara há oito anos uma base de dados para incluir mulheres nos conteúdos da eso, uma tarefa monumental e épica que pode mudar, efetivamente, nossa noção do mundo.
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referentes femininos nos conteúdos da eso (Educação Secundária Obrigatória): os livros de texto espanhóis citam apenas 7,6% de mulheres. Ou seja, aprendemos uma cultura e uma ciência só de homens, uma versão da realidade tendenciosamente masculina. Por isso, Ana López-Navajas prepara há oito anos uma base de dados para incluir mulheres nos conteúdos da ESO, uma tarefa monumental e épica que pode mudar, efetivamente, nossa noção do mundo.