“Ela faz todo um jogo literário com um mundo mais ou menos fantástico. Personagens que não sabemos de onde vêm e para onde vão, as motivações que têm. Trata-se de representá-los como figuras de ficção cinematográfica e da pintura.”
António Guerreiro
Trecho do livro
Na mesa de cabeceira ao meu lado estava uma foto numa moldura de prata. Um homem de uns trinta e poucos anos, com o cabelo preto e os olhos muito azuis e um dos rostos mais atraentes que já vira. Vestia uma camisa branca, e segurava um casaco leve sobre o ombro. Parecia estar numa praça, no meio de outras pessoas, e não olhava para a câmara. Eu nunca o vira antes.
Voltei me para a outra mesa de cabeceira e a princípio não reconheci a rapariga na foto. Era uma foto a preto e branco, e a rapariga devia estar num bosque. Tinha o cabelo preso na nuca, um casaco escuro e uma expressão melancólica no rosto. Com um estremecimento, perceb [leia mais]