Paletó e eu,

Aparecida Vilaça

Uma antropóloga escreve sobre a vida do pai indígena

O livro

Paletó morreu aos 85 anos, depois de ter vivido por décadas na floresta em meio aos Wari’. Desde 1986, Aparecida Vilaça tem vivido longos períodos entre eles e, aos poucos, construiu com Paletó uma relação de pai e filha. Com fluência de ficcionista e rigor isento de academicismo, a autora traça, por meio dos Wari’, um panorama da realidade indígena no país. O que o leitor tem em mãos é um livro raro, construído a partir de uma relação afetiva sólida, em que pessoas de carne e osso trocam experiências e são profundamente transformadas pelo convívio ao longo dos anos.

Por que publicamos

Uma obra rara em que erudição e emoção convivem em doses generosas.

A autora

Aparecida Vilaça é carioca, doutora em antropologia social e professora do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escreveu diversos livros acadêmicos sobre os Wari’ e este é o primeiro relato pessoal sobre a sua experiência.

trecho

Trecho do livro

Muitas vezes, desde que o via ficando mais e mais velho, me peguei pensando se seria capaz de chorar a sua morte do jeito que os Wari’ fazem, com um canto em que se alternam crises de choro e uma fala cantada que celebra o morto. Quem vela se lembra, nesse canto, de episódios comuns, do que comeram juntos, dos cuidados que trocou com o morto durante a vida. Algumas pessoas, ao me verem ao seu lado, talvez reparando o meu olhar carinhoso em direção ao homem que havia me adotado como filha, pensavam o mesmo, e me perguntavam se eu estaria lá quando ele morresse. Não estou. Ele morreu no interior de Rondônia e eu continuei aqui, tenta [leia mais]

GÊNERO Não ficção
CAPA Vini Marson
FORMATO 14x21x1,3 cm
PÁGINAS 200 PESO 0,270 kg
ISBN 978-85-88808-01-0
ANO DE LANÇAMENTO 2018

O que estão falando sobre o livro

“Li o seu livro como um texto da minha tribo: a dos contadores de histórias. E das melhores histórias que são aquelas que ganham margem na chamada realidade. Obrigado pelo prazer desse encontro com o Paletó e, por via dele, com um universo que nos encanta.”
Mia Couto

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